Você acorda às 6 da manhã e sente-se um pouco desidratado. Então, vai para a cozinha, pega sua caneca e toma um pouco de água fresca da torneira. Mas, espere, você realmente confia na água que está bebendo? Pode estar ingerindo algo que nunca mais sairá do seu corpo. As substâncias per- e polifluoroalquil (PFAS), antes consideradas inertes e não tóxicas, têm sido amplamente usadas em surfactantes, espumas de combate a incêndio e produtos comerciais, como panelas antiaderentes, embalagens de alimentos e roupas para atividades ao ar livre. Mas como essas substâncias afetam nossa vida?

Esses produtos químicos são extremamente persistentes no ambiente e não se degradam no corpo, tendendo a se bioacumular e a causar efeitos prejudiciais à saúde. A exposição a esses produtos químicos feitos pelo homem, que você talvez nunca tenha ouvido falar até recentemente, é mais comum do que você imagina, e tem sido associada à incidência de câncer, obesidade, disrupção do sistema endócrino e outros efeitos adversos à saúde. Comer vegetais cultivados em solo contendo PFAS, cozinhar com uma panela antiaderente, guardar comida em embalagens anti-gordura são todas fontes de exposição.

Esses produtos químicos existem desde a década de 1930 e, desde então, se espalharam em quantidades de traço por todo o globo. Fontes de água potável estão entre áreas mais críticas, especialmente perto de locais contaminados, como foi retratado no filme “O Preço da Verdade (Dark Waters)”. O filme narra o acobertamento e a exposição do descarte desses produtos químicos em fontes de água potável, levando a mortes em uma cidade dos Estados Unidos devido à exposição crônica a altos níveis. Ainda não vi o filme, mas meus amigos químicos analíticos ambientais dizem que é muito bom – leve na ciência, mas a ciência que aparece é precisa.

Entre os PFAS, o sulfonato de perfluorooctano (PFOS) e o ácido perfluorooctanoico (PFOA) são os compostos mais estudados. Mas existem literalmente milhares de compostos PFAS, e sua caracterização analítica é importante para a toxicologia, remediação, fontes de poluição ambiental e segurança da água potável. Então, vamos dar uma olhada mais de perto em algumas das técnicas analíticas que os cientistas usam para pesquisá-los.

Em 19 de dezembro de 2019, a EPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos) oficializou um método para substâncias per- e polifluoroalquil (PFAS) na água potável, o Método EPA 533. Essa adição foca nos PFAS de cadeia mais curta e incorpora diluição isotópica para minimizar a interferências nas amostras.

Alguns dos desafios analíticos rotineiros com os métodos analíticos de PFAS são a recuperação e retenção de alguns dos ácidos de cadeia curta e a manutenção da seletividade entre os isômeros ramificados e de cadeia intermediária proeminentes de interesse. Cartuchos de extração em fase sólida de modo misto polimérico Strata X-AW (8B-S038-HCH) cumprem a primeira tarefa, e colunas HPLC Gemini C18 (00B-4439-B0) gerenciam a segunda; ambos foram utilizados durante o desenvolvimento do método e a validação em múltiplos laboratórios. A base híbrida de sílica-polímero da coluna Gemini oferece robustez em uma ampla faixa de pH (1-12), com alta área de superfície para melhor retenção e sensibilidade dos compostos PFAS de cadeia curta mais polares, como PFBA, e ainda mantém seletividade e resolução dos isômeros ramificados proeminentes de PFHxS e PFOS. Essas técnicas prévias acopladas a um espectrômetro de massa SCIEX Triple QuadTM 5500 têm sido utilizadas para análise quantitativa de traços para garantir água potável segura.

Como os compostos PFAS se tornaram onipresentes, muitos componentes de instrumentos de laboratório, insumos e solventes podem estar contaminados, interferindo na quantificação de amostras de traços. O novo SPE meticulosamente testado no CQ da Phenomenex, além de uma vasta seleção de consumíveis verificados para análise de PFAS, reduz significativamente o risco de falsos positivos decorrentes de contaminação dos insumos. Os produtos da Phenomenex desenvolvidos para PFAS garantem reprodutibilidade e precisão na detecção e quantificação de uma ampla variedade de compostos de PFAS. Desde a preparação da amostra até a análise final, a linha desenvolvida para PFAS demonstrou atender aos mais rigorosos padrões de qualidade, mantendo a integridade dos dados sem a preocupação com contaminação dos insumos.