VAMS® na Avaliação de Ésteres de Testosterona por Dr. Gustavo Cavalcanti

Entrevista com o Dr. Gustavo Cavalcanti

VAMS® na Avaliação de Ésteres de Testosterona por
Doutor Gustavo de Albuquerque Cavalcanti

Acompanhe nesta matéria a entrevista com Professor e Doutor Gustavo de Albuquerque Cavalcanti, graduado em Farmácia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de Mestrado e Doutorado em Ciências, com ênfase em Química pelo Instituto de Química também pela UFRJ.

Prepare-se para insights valiosos e uma perspectiva única que pode inspirar você profissional da área a aprimorar suas práticas. Vamos descobrir juntos como o Professor Gustavo está usando os Dispositivos Mitra® e todos os benefícios que isso gerou no dia a dia do seu projeto, gerando resultados positivos!

– Allcrom:

Boa tarde Professor! Primeiramente quero agradecer por sua disponibilidade e participação especial
através dessa entrevista.

Para iniciarmos nosso bate-papo quero pedir que você fale um pouco sobre sua formação, em qual tema sua experiência está focada?

Dr. Gustavo:

Minha experiência é voltada para matriz biológica em geral, urina, sangue, com o uso de técnicas analíticas líquida, gasosa com a técnica de detecção que é a espectrometria de massa em geral, tanto de baixa quanto de alta resolução. Eu sou farmacêutico de formação e o que me atraiu para essa área, foi a parte de Farmacologia, Toxicologia e a capacidade desses instrumentos, que além de serem bastante versáteis dentro da área farmacêutica, em que se consegue analisar diversas matrizes, não só biológica, como sangue, urina, alimento, mas qualquer matéria orgânica. Então, isso me direcionou para unir as duas áreas que eu me identificava mais na graduação, que é a análise com essa parte instrumental.

– Allcrom:

Conta para gente um pouco do seu projeto atual de Doping com os Dispositivos de Microamostragem, por favor.

Dr. Gustavo:

Nós desenvolvemos uma metodologia para analisar Anabolizantes com o Mitra®, como uma técnica de microamostragem, além de outras substâncias proibidas no cenário de Dopagem. Mas eu especificamente fiquei responsável pelos Ésteres de Testosterona, que é uma substância muito utilizada.

Aqui é um laboratório de Controle de Dopagem, que fica dentro da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ, sendo acreditado pela Agência Mundial de Antidopagem, a WADA, portanto precisa seguir seus critérios de análise. A WADA é a Agência que regula as análises de antidopagem, e recentemente lançou um documento técnico específico para análise de DBS (Dry Blood Spot ou Gosta de Sangue Seco), embora não seja uma análise obrigatória, a tendência é que se torne obrigatório em um futuro próximo, e o nosso laboratório aqui já vem se adiantando.

– Allcrom:

Como vocês conheceram o Dispositivo Mitra® e há quanto tempo vocês estão utilizando?

Dr. Gustavo:

Pesquisando sobre dispositivos eu encontrei alguns trabalhos na literatura, artigos científicos, falando sobre o VAMS®, o Mitra®. Então, a gente começou um pouco depois da Pandemia, em 2021 com esse dispositivo de microamostragem de sangue seco. No Brasil, temos a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, que é a ABCD, que é muito importante, ela dá apoio ao laboratório, tanto político quanto econômico. Então, nesse período, eles financiaram um projeto, dentre outros, mas o DBS foi o carro-chefe. A gente desenvolveu uma metodologia para analisar anabolizantes no Mitra® como uma técnica de micromostragem, mais outras moléculas e outras drogas proibidas no cenário antidopagem, mas eu especificamente fiquei responsável pela análise dos Ésteres de Testosterona.

– Allcrom:

Quais foram as vantagens que vocês perceberam ao fazer a amostragem com o Mitra®, os principais diferenciais?

Dr. Gustavo:

O projeto começou com outros tipos de amostragem que eram muito trabalhosas. Uma das vantagens é que além do Mitra® ser volumétrico, coletar um volume definido, ele tem uma coleta mais rápida e prática. Nós usamos o Dispositivo de 30 microlitros, que se adequou melhor às nossas necessidades aqui. Como o método já está desenvolvido, validado, a ideia é que mais pra frente a ABCD adicione no escopo dela essa abordagem.

Havia uma dificuldade para realizar a análise dos meus alvos depositados na matiz de Celulose – papel filro – uma vez que eles ficavam muito aderidos, retidos, e isso dificultava a extração. Por isso, uma das alternativas foi usar uma matriz diferente da Celulose e a matriz Hidrofílica Polimérica do Mitra® teve um rendimento de extração maior se comparado ao material clássico da Celulose.

Pensando nos benefícios que a tecnologia do Mitra® oferece, vai ter vantagem também na parte clínica mesmo em um cenário diferente do nosso projeto, facilitando a coleta com o próprio paciente sendo responsável pela coleta.

E acredito que vale a pena mencionar, que uma das razões que a WADA tem insistido nessa abordagem para os laboratórios é que segundo a literatura a matriz seca tem a vantagem de ser mais estável. Falando especificamente dos alvos que eu trabalho, quando são depositados em uma matriz com ausência de umidade, eles são mais estáveis em relação à hidrólise pelas esterases plasmáticas. Diferente do sangue coletado pela veia, pelos métodos clássicos de transporte como é o sangue venoso, ou o próprio soro dependendo do tubo de coleta, ele requer um transporte cuidadoso e de cadeia fria, diferentemente do Mitra®.

– Allcrom:

E falando de futuro, você já tem algum projeto definido para acrescentar neste estudo, uma segunda etapa

Dr. Gustavo:

A segunda etapa seria a aplicação, mas que para acontecer, dependeria também de outras equipes, que envolve também outros pontos. Como por exemplo, verificar como o método vai se desempenhar com amostras reais em atletas, já que hoje a amostragem é feita apenas em voluntários. Além da utilização de outros dispositivos de microamostragem, que a Allcrom está aí para representar, como o Tasso, por exemplo, e para avaliar a estabilidade de longa duração das amostras destes Dispositivos de microamostragem. Uma outra ideia a se desenvolver é que nesta área de controle de dopagem existe uma análise inteligente em que os laboratórios monitoram os atletas através de um passaporte biológico, onde o mesmo atleta é amostrado diversas vezes. Com uma coleta facilitada o número de amostragens fica mais fácil de ser obtido além de mais atletas para amostrar e, consequentemente, você vai ter uma informação biológica mais acurada. Por isso a importância de ter um dispositivo que seja fácil de ser implementado na área de dopagem.

Ainda com relação a esse projeto, incluir novos alvos para esse tipo de análise, fazendo a correlação do soro com sangue total e com sangue capilar coletado pelo Mitra®. Esses seriam os projetos que estão no nosso horizonte.

Allcrom:

Doutor Gustavo, acredito que conseguimos reunir as informações mais importantes então agradeço mais uma vez por sua participação, é muito gratificante para nós saber que estamos contribuindo com seu projeto e ficamos à disposição para agregar no que vocês precisarem. Como você mesmo disse, a Allcrom segue investindo em novas tecnologias e possibilidades práticas na área da coleta de microamostragem.

Para mais informações sobre como o Dispositivo Mitra® pode auxiliar suas análises e pesquisas entre em contato com [email protected]

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